sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Templários
A sociedade secreta que mais mexe com a imaginação das
pessoas é, sem dúvida nenhuma, a dos Templários. Não apenas pela imagem
incrível transmitida por livros como O Código Da Vinci e O Último Templário,
mas também pelos inúmeros estudos que mostram aspectos desconhecidos desse que
já foi o grupo mais influente e poderoso da Igreja Católica.
O que mais intriga as pessoas é saber, afinal de contas, se
os Templários acabaram mesmo, ou se transformaram-se em algo diferente. É fácil
conhecer um ou outro componente da Maçonaria, ou da Rosacruz, mas poucos são os
que se dizem neo-templários, ou novos templários. A julgar pela grande
quantidade de grupos que se apresentam como tal na Internet, fica difícil
rastrear com precisão o verdadeiro herdeiro dos cavaleiros da Idade Média que
lutaram nas Cruzadas. Ainda por cima, há o fator miscigenação, já visto no caso
da Rosacruz. Os Templários, assombrados pela acusação de heresia oriunda da
Igreja Católica, sob influência do rei francês Felipe IV, o Belo, teriam se
misturado aos maçons, tornando-se um grau dentro da hierarquia da Maçonaria.
Historicamente falando, só temos certeza da transmutação dos
Templários na Ordem de Cristo, ocorrida em Portugal, sobre a qual falaremos
mais adiante. Os demais grupos, que se apresentam como "os verdadeiros
depositários do conhecimento templário", como se autodefinem, necessitam
ainda de aval histórico para comprovar a afiliação.
Enquanto isso, os pesquisadores prosseguem em seus esforços
para avaliar o que teria acontecido com os Templários, após os fatídicos
acontecimentos de 13 de outubro de 1307. A tradição europeia afirma que a
superstição sobre a sexta-feira 13 ser um dia de azar vem do fato desse ter
sido o dia em que os Templários foram presos e, mais tarde, condenados à
fogueira. Muitos discordam dessa suposta origem, mas a fama dos cavaleiros
garantiu a associação com o termo e, até mesmo, com certas magias protetoras
contra os maus fluidos desse dia, que também teriam origem no chamado esoterismo
templário; embora muitos aleguem que tais artifícios nunca funcionaram para
salvar os próprios Templários de seu destino.
Origens
As Ordens de Cavalaria da Idade Média sempre fizeram um
certo sucesso entre as pessoas comuns. Em plena guerra contra os sarracenos
(hoje conhecidos como muçulmanos), muitos desses grupos ganharam fama e
sucesso, como os Cavaleiros Hospitalários (do Hospital de São João) e os
Cavaleiros Teutônicos, de origem germânica. Porém, nenhum deles atingiu o nível
de fama e fortuna que arrebatou a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do
Templo de Salomão, cujo nome em latim é Pauperes Commilitones Christi Templique
Solomonici. O grupo foi fundado por volta de 1096, pouco depois da Primeira
Cruzada, e existiu por mais de dois séculos na Idade Média. Seu objetivo
principal era proteger os peregrinos que vinham do continente europeu dispostos
a fazer a peregrinação para Jerusalém por rotas que, invariavelmente, acabavam
em saques e morte nas mãos de sarracenos. Até que ponto isso era realmente o
que acontecia ninguém sabe, mas sim, essa era a finalidade inicial dessa ordem.
Apesar de ter o início de suas atividades nessa época, a
Ordem só ganhou o reconhecimento da Igreja Católica por volta de 1127, no
Concílio de Troyes, com o Papa Honório II. Como seus membros passavam a imagem
de homens piedosos, de vida monástica, e eram capazes de entrar numa batalha
com ferocidade impressionante, a ponto de ter como uma de suas regras nunca
abandonar o campo de batalha, os Templários cresceram rapidamente em número de
membros e em poder. O cavaleiro dessa Ordem era facilmente reconhecido por suas
túnicas brancas adornadas com a cruz vermelha, de comprimento e largura iguais.
Seus membros eram respeitados e, por vezes, temidos, pois se entregavam a uma
rotina de preparação fora das batalhas, na qual as vidas religiosa e militar se
misturavam de maneira complementar.
O que tanto chamou a atenção dos nobres e reis foi a maneira
como eles conseguiram acumular uma vasta infraestrutura, que incluía grandes
propriedades e muito dinheiro. Os Templários também criaram o embrião dos
travellers cheques: negociavam cartas de crédito com o peregrino que ia
realizar uma viagem, e essa carta poderia ser convertida em dinheiro em
qualquer estabelecimento da Ordem, num artifício parecido com o das atividades
bancárias modernas. Apesar da riqueza que aumentava em seus cofres, a Ordem
mantinha como símbolo a imagem de dois cavaleiros montados no mesmo cavalo, um
sinal de pobreza.
Com o passar do tempo, a Ordem aperfeiçoou sua estrutura
hierárquica, desenvolvendo-a de simples sacerdotes e serventes até os soldados
que combatiam nos conflitos. A essa altura, não havia apenas religiosos entre
seus componentes, mas também burgueses, e dinheiro para se sustentar não
faltava, principalmente pela receita oriunda de doações dos reinos. A Ordem já
tinha seus objetivos ampliados: além da proteção aos peregrinos, seus membros
recebiam treinamento bélico, combatiam ao lado dos demais cruzados envolvidos
nos conflitos na Terra Santa, conquistavam terras, administravam povoados
inteiros, extraíam minérios, erguiam suntuosos castelos, que existem até hoje catedrais,
moinhos, aloja mentos e oficinas, fiscalizavam o cumprimento das leis e
intervinham na política europeia. Afinal, eles deviam explicações apenas ao
Papa, e a mais ninguém, o que significava total autonomia em seus negócios.
Não demorou muito para que a monarquia e o clero notassem
que o poder templário crescia a olhos vistos. Muitos monarcas, de fato, faziam
empréstimos com eles, tornando-se subordinados a seus ditames, enquanto suas
dívidas não eram pagas.
A boa vida começaria a mudar com a reviravolta da situação
na Terra Santa. Os muçulmanos começaram a conquistar vários reinos cristãos no
local. Quando a cidade de Acre caiu, no século XIII, os cavaleiros tão temidos
viram-se obrigados a abandonar suas posições no local, migrando para a Ilha de
Chipre, na qual se estabeleceram. Essas perdas começaram a reverter a situação,
e a confiança do próprio povo, que antes os idolatravam. Os Templários começaram
a ser acusados de riqueza excessiva e ambição: eles teriam deixado o desejo de
riqueza atrapalhar a defesa dos interesses cristãos. Logo, a existência de uma
Ordem como a deles já não se fazia necessária.
O fim da ordem social.
Foi quando entrou em cena Felipe IV, o Belo. Ao contrário da
maioria dos regentes, Felipe estava acostumado a realizar campanhas militares
aliadas ao clero em troca de benefícios políticos. Ele devia terras e grandes
somas de dinheiro aos Templários. Como suas dívidas cresciam, e ele não
conseguia saldá-las, propôs ao arcebispo Beltran de Got uma troca de favores. O
monarca usaria sua influência para eleger o religioso Papa, e este, por sua
vez, acabaria com os Templários assim que assumisse seu novo cargo.
Assim, em 1305, Beltran assumiu como Papa Clemente V.
Começou, então, o processo contra os Templários. Após a prisão em massa de
membros da Ordem, ocorrida durante a fatídica sexta-feira 13 já citada, os
cavaleiros foram trancados em prisões e perseguidos em quase todos os reinos
cristãos. As acusações variavam: de heresia a idolatria, de homossexualismo a
conspiração com infiéis. Na França, cerca de cinco mil cavaleiros, juntamente
com seu Grão-mestre Jacques de Molay, fo ram presos e torturados para terem
suas confissões arrancadas à força. Apesar de outros países, como a Alemanha,
declararem os Templários inocentes, a Ordem foi suprimida. Em Portugal, Espanha
e até na Escócia os regentes não se convenceram da suposta culpa dos
Templários, o que causou curiosas transformações, das quais tratarei em breve.
Muitos Templários presos confessaram, e receberiam
absolvição por seus supostos pecados, desde que mudassem de Ordem, indo para os
Hospitalários, ou outras ordens de cavalaria. Porém, aqueles que se retratavam
(ou seja, confessavam e depois afirmavam que o que haviam dito era mentira)
eram condenados como hereges reincidentes e condenados à fogueira. Foi o que
aconteceu com Jacques de Molay e outros dirigentes. Assim, em 18 de março de
1314, eles foram queimados sob o olhar do Papa Clemente V e do rei Felipe IV, o
Belo, nas margens do Rio Sena, em Paris. Há uma lenda que diz que Molay
amaldiçoou o Papa e o rei pela injustiça: o papa morreria no máximo em 40 dias
e o rei, em um ano. Aparentemente, a maldição funcionou, pois Clemente V morreu
exatos 33 dias depois, e Felipe, em pouco mais de seis meses.
Por toda a Europa, a Ordem foi oficialmente extinta. Seus
bens e estrutura foram repartidos entre outras ordens menores. A vasta riqueza
dos Templários, bem como sua vasta frota de navios, simplesmente desapareceu sem deixar traços, o que levou
muitos pesquisadores a especularem sobre o paradeiro desses bens. Até hoje há
quem venha com hipóteses malucas, como a suposta viagem dos Templários ao Novo
Continente e a ocultação do tesouro templário em poços escondidos em ilhas no
que hoje é o vasto território dos Estados Unidos.
O fato é que, historicamente, nunca se descobriu o que teria
acontecido com os navios templários, nem com o verdadeiro paradeiro de seu
vasto tesouro.
Os Templários e a Ordem de Cristo
Em Portugal, os Templários não foram considerados culpados,
mas, graças às pressões do Papa, foi-lhes imposta uma condição: que mudassem de
nome. Assim, eles constituíram uma nova Ordem, que se chamou Cavaleiros de
Cristo. Qualquer reprodução das caravelas de Pedro Álvares Cabral, por exemplo,
indica que as velas das embarcações eram pintadas com a cruz símbolo dos
Templários, e agora símbolo da nova Ordem.
O terreno para a criação dessa nova Ordem já se fazia sentir
muito antes do processo deflagrado na França. Afinal, durante os séculos XII e
XIII, foram os Templários que ajudaram os portugueses nas batalhas contra os
muçulmanos. Como recompensa, eles receberam extensos domínios de terra e poder
político. Os castelos, igrejas e povoados sob proteção templária prosperaram
como nunca. Quando o processo contra a Ordem foi estabelecido, o rei de
Portugal, Dom Dinis, logo concordou em transferir para a nova Ordem as mesmas
propriedades e privilégios dos Templários.
Para muitos pesquisadores, a mudança deu-se apenas para que
não fosse mais usado o nome Templários; no mais, ficou tudo na mesma. O hábito
e a insígnia eram os mesmos, com apenas algumas modificações leves.
Herdeiros dos Templários
Um dos pontos mais difíceis de se obter é a exata
determinação de quem é o verdadeiro grupo herdeiro dos conhecimentos
templários. Não se pode esquecer que, para muitas pessoas da época -
principalmente quando os Templários perderam o poder sobre os reinos cristãos
na Terra Santa -, a vivência com os muçulmanos (há relatos de Templários
mantidos capturados por meses) poderia ter colocado os cavaleiros em contato
com conhecimentos milenares, argumento conveniente para a base das acusações de
bruxaria e adorações de ídolos barbados.
O fato de o arquivo central dos Templários, na sede da Ilha
de Chipre, ter sido destruído por ataques de otomanos provocou o surgimento de
diversas lendas, nas quais, hoje em dia, muitos grupos se inspiram para se
apresentarem como os "verdadeiros Templários".
Muitos historiadores acreditam que os cavaleiros, de fato,
separaram-se quando o processo na França começou. Como já foi dito, um dos
prováveis refúgios foi a Escócia, por sua distância e pelo fato de que seu
regente estava em conflito com a Igreja. Curiosamente, há registro apenas de
dois templários presos naquela época, e ambos eram ingleses. Embora os
cavaleiros estivessem em território seguro, sempre havia o medo de serem
descobertos e tidos novamente como traidores. Por isso, teriam se valido de
seus conhecimentos de arquitetura sagrada, assumindo um novo papel dentro da
Maçonaria.
A junção entre Maçonaria e Templários parece, de fato, fazer
sentido, se analisarmos a necessidade que eles tinham em partilhar
conhecimentos. Basta conferir uma lista de castelos templários para entender
que havia motivos para as duas sociedades secretas se aproximarem,
principalmente pelo interesse na arte da construção.
É claro que não há como comprovar isso, portanto, nesse
quesito, só podemos especular. Mas, a julgar pelo modo como os hábitos dos
Cavaleiros Templários da Maçonaria é constituído, podemos ter um vislumbre da
verdade.
Esoterismo Templário
Cifras templárias já foram descobertas por pesquisadores,
que afirmam que elas eram usadas para guardar os segredos dos registros
financeiros da Ordem. Em vários castelos ligados aos cavaleiros, essas mesmas
cifras podem ser vistas em garranchos escritos nas paredes. Tal fato pode não
ter muita conexão esotérica, mas é uma prova de que eles possuíam seus próprios
códigos de comunicação.
Falar em esoterismo é arriscar tratar de algo que não possui
nenhum tipo de registro oficial. O contato que eles tiveram com o inimigo
sarraceno pode muito bem ter lhes proporcionado uma espécie de ligação com uma
filosofia influenciada pela sabedoria oriental, o que não chega a ser uma
heresia.
Especulações também afirmam que a fundação da Ordem teria
sido articulada por Bernardo de Claraval (conhecido como São Bernardo) para
encontrar a Arca da Aliança e as Tábuas das Leis Divinas, ocultas em algum
lugar nos recônditos escombros do que restou do Templo de Salomão. Assim que
tais relíquias foram encontradas, os Templários começaram a se desenvolver de
maneira rápida e poderosa. A ligação deles com o Santo Graal, tão alardeada por
livros como O Código Da Vinci, nada mais seria do que uma metáfora para se
referir a essas verdadeiras "caças ao tesouro esotérico".
No mais, a maioria das acusações do processo francês contra
a Ordem seriam especulações, incluindo a famosa ligação deles com o ídolo
barbudo conhecido como Baphomet, nome tido como uma possível corruptela do nome
Maomé.
Se acreditarmos nas ligações maçônicas e/ou rosacrucianas,
veremos que muito do chamado esoterismo templário tem a ver com técnicas de
meditação orientais, ligadas ao Budismo e ao Bramanismo, e não com
conhecimentos extraídos de povos árabes. Porém, como vimos no capítulo sobre a
Rosacruz, viagens ao Oriente sempre foram consideradas buscas por fontes de
conhecimentos arcanos. Por isso, não é de se estranhar que muito do que os
inquisidores pensavam ser "ligação com o demônio" poderia não passar
de fanatismos de um catolicismo radical, comum na época.
Sem contar que a maioria das acusações contra os Templários
foi formulada pelos cúmplices do rei Felipe IV, o Belo, e obtida sob influência
de tortura. Assim, quando ouvimos por aí acusações voltadas contra eles, como
cuspir e andar sobre a cruz, trocar beijos obscenos no umbigo e nas nádegas,
negar a divindade de Cristo, ou beijar o traseiro de um gato, é mais provável
que elas não encontrem respaldo real; muito menos indiquem que os cavaleiros
estivessem envolvidos com qualquer tipo de prática esotérica.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Clube Bilderberg
Existem sociedades que, antes de aparecerem, ninguém fazia
ideia de que pudessem de fato existir. Neste tópico, vamos falar de uma que,
embora pertença à classe de sociedades secretas políticas, também foi alvo
constante da curiosidade mundana.
Se um grupo de estudantes de Yale preparados para os cargos
mais altos da política e finanças mundiais devido ao uso da influência e do
dinheiro de seus pais já é algo que faz a imaginação voar (ver Skull and Bones),
imagine agora um clube fechado, ao qual ninguém tem acesso. Em termos mais
práticos, uma conferência anual não-oficial, na qual os convidados (ou seriam
membros?) são restritos a um número de 130 pessoas. E, detalhe: não é qualquer
um que participa desse encontro, mas apenas pessoas com alguma influência nas
esferas de poder empresarial, acadêmico, midiático ou político.
Segundo relatos, esse grupo teria sido responsável por
vários fatos aparentemente não ligados entre si, como a ascensão dos Beatles, a
eclosão do Caso Watergate, nos Estados Unidos, e os resultados das últimas eleições
norte-americanas (feito também atribuído aos Skull and Bones). Teria, ainda,
dedo ativo na popularização da Coca-Cola, na ocupação norte-americana do Iraque
e, pasmem, no fato de a Bolsa de Valores ter altas e baixas.
Quem seria esse grupo, exatamente? Mais uma vez, temos de
apelar para a literatura já publicada, uma vez que os artigos de Internet são
cheios de teorias da conspiração, o que os tornam altamente suspeitos e
tendenciosos. O russo residente na Espanha Daniel Estulin, autor de um dos
livros mais completos sobre esse grupo, afirma que eles tentam "criar uma
ordem mundial em que todos, um dia, serão subservientes". E acrescenta: "É
o que eles chamam de Governo do Mundo único. "
Porém, o estudo de Estulin, que levou cerca de 15 anos para
ser finalizado, consegue ir a fundo no que hoje é conhecido como Clube
Bilderberg. Com algumas variações, temos também grafias como Grupo Bilderberg e
Conferência Bilderberg.
A maioria das informações veiculadas sobre esse clube tem
como confirmação o livro de Estulin, que consegue fugir do clima de paranoia
encontrado nos artigos da Internet. O Bilberderg, formado principalmente por
ex-presidentes, dirigentes de empresas multinacionais, banqueiros, megainvestidores
e intelectuais que atuam em diversas áreas, tem como braço principal um
organismo chamado Council on Foreign Relations (Conselho das Relações
Internacionais), cuja sede fica na cidade norte-americana de Nova York. O
escritor diz que os cerca de três mil integrantes do CFR possuem um poder de
proporções extraordinárias, influenciando as ações de diversos segmentos do
governo dos Estados Unidos, entre eles órgãos como a CIA, o FBI e o IRS
(Departamento do Tesouro). Boatos persistentes insistem que o Bilderberg,
inclusive, já teria conquistado um voto de confiança de Barack Obama, o
presidente eleito, e que também andaram falando com John McCain, seu
adversário na disputadíssima campanha eleitoral.
Origens
ontar de maneira sucinta como esse grupo veio a nascer é uma
tarefa hercúlea, mas, mesmo assim, não custa tentar. Relatos dão conta de que o
grupo foi criado há exatos 55 anos, e que seu nome vem do local em que ocorreu
a primeira reunião, em 1954: Hotel de Bilderberg em Oosterbeek, perto de
Arnhemia, na Holanda.
Segundo Estulin, o Clube tinha por objetivo primário
"debater assuntos relevantes e de interesse mundial". Entre seus
membros contam, ainda hoje, todos os presidentes norte-americanos vivos (incluindo
os Bush pai e filho), os dirigentes da Coca-Cola, da Ford, do Banco Mundial, do FMI, da Otan, da OMC, da ONU,
vários primeiros-ministros e até mesmo representantes de várias casas reais
europeias, e dos mais influentes meios de comunicação. Essa lista impressionante
torna-se ainda mais assustadora quando vemos a inclusão de nomes como o
ex-secretário de estado norte-americano Henry Kissinger, e as influentes famílias
Rockefeller e Rotschild. Supostamente, seus membros reúnem-se, passam vários
dias conversando, e não revelam o conteúdo do que foi tratado para
absolutamente ninguém, sob nenhuma circunstância.
É claro que esse segredo acaba por gerar teorias das mais
absurdas, e nunca confirmadas, como a de que eles possuem tamanho potencial que
podem, se quiser, e se lhes for apropriado, provocar crises financeiras em
certos países, apenas para beneficiar um aliado, derrubar e eleger governos,
defender interesses variados, e, até mesmo, provocar guerras. Um exemplo muito
utilizado para corroborar esse argumento é a queda de Slobodan Milosevic,
ex-presidente da Sérvia e da República Federal da Iugolsávia. Ela teria sido
tramada pelo Clube Bilderberg, segundo líderes sérvios. Recentemente há boatos
de que a interferência na Siria também é uma das ações do clube Bildeberg, o
que a ex-deputada síria deixa bem claro no vídeo abaixo (em português; estar no trecho de onze minutos a doze minutos do vídeo.
Em artigo sobre o livro de Estulin, publicado no site do
Terra, e assinado por Denise Mota, temos o seguinte comentário:
"Estulin não se esquiva de
dar a lista completa dos que frequentam ou alguma vez estiveram nos encontros
da dita organização (..). O trabalho foi realizado parcialmente em equipe e com
base em informes e reportagens de outros autores, igualmente indicados
copiosamente em seu documento.”
Devido ao livro, Estulin conta que há muito tempo deixou de
ter uma vida normal e vive 24 horas por dia sob proteção de diversas equipes
formadas por ex-agentes especiais da KGB. As investigações que leva adiante lhe
causaram, ele diz, atentados dignos de James Bond. Em um deles, uma mulher
estonteante num vestido de seda vermelho teria tentado seduzi-lo, sem sucesso,
num quarto de hotel. O objetivo era depois jogar-se pela janela e implicá-lo
num caso de homicídio; Em outro, após se encontrar com um informante, o
jornalista teria percebido a tempo que, do elevador em que estava prestes a
entrar, havia sido retirado o piso.
Esse tipo de informação pode parecer golpe de publicidade,
mas os mais crentes e adeptos de teorias conspiratórias com certeza afirmarão
que se trata de uma reação já esperada. Afinal, se tal sociedade secreta
realmente existe, deveria, no mínimo, atacar aqueles que se propõem a divulgar
sua existência...
A primeira Reunião
No entanto, deixemos de lado, por um instante, o mundo
literário, para nos concentrarmos no Clube. Como teria sido a famosa primeira
reunião? Aparentemente, ela aconteceu entre os dias 29 e 30 de maio de 1954. A iniciativa para sua
realização teria partido de um imigrante polonês e conselheiro político chamado
Joseph Retinger. Tudo teria tomado forma a partir da preocupação que ele tinha
com o crescimento do antiamericanismo na Europa Ocidental. Por isso, ele
articulou uma reunião internacional com líderes de países europeus e dos
Estados Unidos o mais rápido possível. O choque entre as culturas dos países
estaria em pauta. O primeiro que aceitou participar foi o Príncipe Bernard, da
Holanda, que também passou a ser um promotor da ideia, juntamente com o então
primeiro-ministro belga, Paul Van Zeeland.
Os membros convidados teriam de receber convite oriundo de
dois participantes de cada país, que deveriam apresentar pontos de vista
liberais e conservadores. Para que a reunião se repetisse com a peridiocidade desejada,
foi criado um comitê executivo, para o qual Retinger seria indicado secretário
permanente. Assim, começaram a ser registrados os nomes dos participantes, para
que uma rede informal de pessoas pudesse se comunicar, com privacidade. Muitos
enxergam nesse esquema uma espécie de sistema de relacionamentos nos moldes de
um Orkut, por exemplo, mas sem páginas na Internet, e realizado no mundo
físico, não no virtual.
Quando Retinger morreu, em 1960, o novo secretário
permanente foi o economista holandês Ernst van der Beugel. Nesse período, as
reuniões do Bilderberg tornaram-se uma espécie de linha direta entre os
governos dos países envolvidos. O Príncipe Bernard permaneceu como presidente
das conferências até o ano de 1976, quando, por se envolver num escândalo
político, não houve reunião.
No ano seguinte, entretanto, as reuniões voltaram a
acontecer; dessa vez com o ex-primeiro-ministro britânico Alec Douglas-Home na
presidência. Depois dele, ascenderiam ao cargo, pela ordem, o ex-presidente da
Alemanha, Walter Scheel; o ex-presidente do banco SG Warburg, Eric Roll; e o
ex-secretário geral da Otan, Lord Carrington.
Algo realmente curioso é que alguns jornalistas chegaram a
participar dessas reuniões; o que seria uma confirmação de que elas realmente
acontecem. Porém, eles só têm acesso ao local com a condição de que manterão
sigilo sobre os temas lá tratados. Um deles, o britânico Martin Wolf, afirmou
que não há absolutamente nada de suspeito nesses encontros. O ex-chanceler
britânico Denis Healey, um dos fundadores do grupo, afirmou em várias ocasiões
que não há nada de errado acontecendo por lá.
Porém, a falta de divulgação a respeito do teor desses
encontros, que alimenta a paranoia de grupos na Internet, leva a maioria das
pessoas a exigir satisfações.
A Sede
Supostamente, a sede da organização localiza-se na Holanda.
Porém, se alguém tentar entrar em contato, verá que mais parece uma empresa
fantasma, e não algo que deva ser levado a sério. Para começar, não há nenhum
tipo de funcionário à vista. O telefone é sempre atendido por uma secretária
eletrônica; que, claro, pede para "deixar recado".
A reclamação dos que desconfiam dos verdadeiros propósitos
do Bilderberg parece meio despropositada, pois há atas que registram o tal
conteúdo dos encontros. No entanto, os documentos não possuem nenhum tipo de
assinatura, o que nos leva a indagar: esses arquivos são originais, ou apenas
forjados? E nem adianta procurar na Internet: as únicas páginas encontradas
sobre o assunto resumem-se a resenhas do livro de Estulin.
A comissão Trilateral
(www.trilateral .org)
Um dos supostos desdobramentos do Bilderberg é a chamada
Comissão Trilateral, fundada em julho de 1973 por David Rockefeller; nome que,
por si mesmo, já é digno de nota. É o atual patriarca dessa família ainda
influente e poderosa.
Um ponto que merece destaque é o fato de a comissão ter, ao
contrário do Bilderberg, um site que pode ser acessado por qualquer pessoa.
Longe de parecer algo mórbido, a página da Internet mostra até um link para
afiliação. Afirma ainda que foi formada "por cidadãos privados da Europa,
Japão e América do Norte, para ajudar a pensar desafios em comum e lideranças
responsáveis por essas áreas industrializadas e democráticas".
O primeiro encontro para tratar de trabalhos aconteceu em
Tóquio, no Japão, em outubro de 1973. Dois anos depois, ocorreu a primeira
reunião com os grupos regionais em Kioto. Hoje, possui cerca de 350 membros
oriundos da Europa, Ásia, Oceania e América do Norte.
O site, inclusive, é bem aberto, a ponto de disponibilizar
aos interessados as recentes atividades do órgão, entre elas, os lugares e
datas nos quais se realizarão os encontros regionais e o geral; previsto para
ocorrer em Dublin, na Irlanda, em 2010.
As críticas feitas para a atuação desse grupo são as mesmas
do Bilderberg: o segredo de suas atividades e a recusa dos membros em falar
sobre as atividades em público, entre outras ressalvas. Vale lembrar que a
Comissão é tida como ligada ao Bilderberg, mas não há uma única menção a essa
suposta ligação no site oficial.
No primeiro ano e meio de sua existência, a Comissão
produziu cerca de seis relatórios, conhecidos como "Informativos do
Triângulo".
Tal atividade gerou o logotipo do grupo: três flechas que
convergem para um ponto no centro, formando um triângulo. Esses relatórios
serviram como diretrizes do desenvolvimento de seus planos, sendo empregados,
também, como uma espécie de canal-antena, com a finalidade de avaliar a opinião
do público.
Sobre a Comissão, temos este trecho de um artigo, publicado
originalmente no site Mídia Sem Máscaras:
"Gary Allen (famoso
jornalista conservador norte-americano), no lhe Rockefeller File, publicado em
1975, escreveu o seguinte: 'Se os documentos do Triângulo são indicativos de
algo, podemos dizer que existem quatro eixos principais no controle da economia
mundial.- o primeiro na direção de criar um sistema monetário mundial
renovado', algo já realizado; `o segundo, na direção da pilhagem dos nossos
recursos para uma ulterior radicalização das nações espoliadas', também já
conseguido, considerando que Rockefeller e companhia enviaram bilhões de
dólares em tecnologia americana à URSS e à China como requisito do futuro
Governo Mundial Único e seu monopólio; 'o terceiro, na direção de explorar a
crise energética para exercer um maior controle internacional', também já
conseguido, com o temor de escassez energética, os movimentos de defesa do meio
ambiente e a guerra do Iraque. O congressista Larry McDonald, em seu prólogo ao
livro de Gary Allen, escreveu: Esta é uma exposição concisa, e que provoca
calafrios, do que certamente foi a história mais importante do nosso tempo: a
ideia dos Rockefeller e seus aliados de criar um Governo Mundial único que
combine o supercapitalismo e o comunismo sob um mesmo teto, tudo sob o controle
deles ( ..) os Rockefeller e seus aliados passaram pelo menos 50 anos seguindo
um cuidadoso plano para controlar os EUA e o resto do mundo aumentando o seu
poder político através do seu poder econômico : "
A ideia para a criação da Comissão foi apresentada pela
primeira vez num encontro do Clube Bilderberg, realizado em Knokke, na Bélgica,
durante a primavera de 1972. Rockefeller havia acabado de ler Between Two Ages,
do professor Zbigniew Brzezinski, da Universidade de Columbia. A obra ecoava
pessoalmente com Rockeffeler, pois descrevia o conceito de que "as pessoas,
os governos e as economias de todas as nações devem servir às necessidades dos
bancos e das empresas multinacionais". Dois meses depois, em julho de
1972, Rockefeller, já membro do Clube Bilderberg e então presidente do CFR,
resolveu abrir sua casa em Pocantico Hills, próxima à cidade de Nova York, para
estabelecer o local dos primeiros encontros da Comissão Trilateral.
A diferença entre o Clube Bilderberg e a Comissão Trilateral
é que o primeiro é muito mais antigo, e limita sua afiliação aos membros da
Otan, que são os Estados Unidos, Europa Ocidental e Canadá. Hoje em dia, com a
ampliação tanto da União Europeia como da Otan, ex-membros do antigo Pacto de
Varsóvia já podem entrar para o Bilderberg. A Comissão nunca teve esse tipo de
restrição.
Porém, os propósitos de ambos os grupos continuam sendo
obscuros. Por mais que divulguem o conteúdo de suas reuniões, enquanto teimarem
em agir à surdina, sempre serão considerados sociedades secretas, ainda que não
pertençam à linha esotérica. Quem sabe, nesse exato momento, não estejam a
preparar o próximo passo para a dominação do mundo, mais próximos de realizar o
sonho de um governo mundial único...
quinta-feira, novembro 07, 2013
Sociedade Thule
É uma sociedade que começou
secreta e se tornou discreta, devido a seus propósitos mistos, políticos e
esotéricos. Tornou-se conhecida do grande público por meio de divulgação em
mídias diversas, principalmente a literária e a cinematográfica. Antes que alguém
se precipite, e diga que se trata do Priorado de Sião, peço calma.
Neste, nós nos concentraremos
numa ordem cuja existência foi comprovada historicamente; não é nenhuma
especulação, como a sociedade secreta preferida de Dan Brown e seus seguidores.
Esse grupo floresceu, por assim dizer, no período anterior a um dos maiores
conflitos da história humana, a II Guerra Mundial. Seu nome provoca calafrios
nas pessoas, pois pode ter sido uma possível influência para a filosofia e a
política de Adolf Hitler.
Um dos primeiros registros de que
se tem notícia sobre suas atividades está num discurso gravado, que hoje
integra o acervo do Arquivo Histórico de Munique, na Alemanha. São palavras
proferidas não por Hitler, mas sim, pelo barão Rudolf von Sebottendorf, cujo
verdadeiro nome era Adam Alfred Rudolf Glauer (1875-1945). Maçom e praticante
de disciplinas esotéricas como meditação sufi, astrologia, numerologia e
alquimia, ele foi o principal nome da 7hule Gesellschaft, cuja tradução seria
Grupo de Estudos pela Antiguidade Alemã.
O discurso em questão foi
proferido em 9 de novembro de 1918, dois dias antes de ser decretada a rendição
da Alemanha na 1 Guerra Mundial; algo, naquela época, já tido como inevitável.
O discurso de introdução foi feito por Walter Nauhaus, estudante de arte e
veterano de guerra, homem possuidor de um carisma inegável. Feita a introdução,
entra o barão, e o povo presente calou-se de imediato. O conteúdo do discurso
deixava claro o tipo de pensamento que predominava na cabeça da figura mais
importante da Thule:
"Nosso
mundo ruiu. O puro sangue alemão foi derrotado pelo inimigo mortal: Judá.
Conclamo todos a lutar. Nossa ordem égermânica. Nosso deus é Walvater e somos
arianos. Se quisermos viver, devemos primeiro morrer."
Por mais estranho que esse trecho
possa parecer para aqueles que possuem bom senso, estudá-lo é importante, pois
começamos a entender o que será a grande influência da formação de Hitler. A
capacidade que ele tinha de fazer discursos inflamados parece ter aqui uma
origem bastante provável. A parte estranha é que quem conhece a história da II
Guerra Mundial sabe que Hitler baniu as sociedades secretas do país.
Vamos, então, tentar analisar a
coisa mais a fundo. Para os pesquisadores de sociedades secretas,
principalmente os mais recentes, como a norte-americana Shelley Klein, autora
de As Sociedades Secretas Mais Perversas da História, a Thule é a precursora do
nazismo. Há várias lendas sobre como essa ordem teria começado, mas, para
efeitos didáticos, vou me restringir a narrar o que se sabe, de fato, sobre
como ela surgiu.
Origens
O grupo de Nauhaus, que por ser
veterano de uerra era manco de uma perna, considerava-se uma espécie de
guardião da genealogia estabelecida originalmente por outra sociedade secreta,
chamada Germanenorden, ou Ordem Teutônica, fundada em 1911.
Nauhaus foi para Munique em 1917,
e a Thule tornou-se um tipo de "nome de fantasia" para o que seria,
na verdade, a filial de Munique da Germanenorden. No ano seguinte, ele foi
contatado pelo barão, o recém-eleito líder de um grupo localizado na província
da Bavária. Esse grupo, chamado Germanenorder Walvater do Santo Graal, era um dos
mais influentes da região. Os dois ligaram-se numa campanha de recrutamento, e
o grupo do barão adotou a Thule em 18 de agosto de 1918.
Sebottendorff, mais tarde,
declarou que desejava, originalmente, que o grupo protegido fosse um veículo
para promover suas teorias ocultistas. Aparentemente, seu próprio grupo o
pressionou para dar ênfase aos temas políticos, nacionalistas e
antissemitas.
Thule vem do grego Thoulé (no
original (DoúÀq). Era o nome de uma ilha, ou região, identificada por geógrafos
da Antiguidade como a mais distante e setentrional do mundo de então. Citações
sobre essa terra também são encontradas em diversos documentos e mapas datados
do início da Idade Média, que mostram grafias variadas, entre elas 7hile, Tile,
Tilla, Toolee e Tylen. O explorador grego Píteas (380-310 a.C.) é tido como a
primeira pessoa a citar essa terra, que, a princípio, parece ter uma descrição
tão nebulosa quanto a da mítica Atlântida. Essa citação é encontrada na obra
Sobre o Oceano, escrita após a realização de suas viagens exploratórias,
realizadas entre os anos 330 e 320 a.C. Embora esse trabalho tenha sido
perdido, sabe-se de sua existência graças a citações de geógrafos posteriores.
Os dados levantados por Píteas foram colhidos numa época em que ele havia sido
enviado pela colônia grega de Massalia (atual Marselha, na França) para
pesquisar a origem de produtos lá comercializados.
Klein, em seu livro, explica que
o nome teria sido retirado de uma antiga lenda nórdica que evocava a capital da
Hiperbórea, outra terra mítica localizada nas proximidades da Groenlândia. Lá,
teria vivido uma civilização superior, que, como sabe qualquer um que já tenha
lido a respeito de nazismo e esoterismo, seriam os fabulosos arianos.
As reuniões
Um ponto que parece definitivo a
respeito das tendências esotéricas da Thule era sua crença num deus chamado
Walvater, identificado como Wotan, ou Odin, o rei dos deuses nórdicos. Nas
reuniões, era comum que prestassem homenagem a esse deus. Nas palestras, os
membros mais eruditos discorriam sobre as runas, definidas como um conjunto de
alfabetos relacionados que empregam letras características, usadas em línguas
germânicas, principalmente na Escandinávia e nas ilhas britânicas. Além disso,
discorriam sobre mitologia indo-europeia, e faziam leituras de mapas
astrológicos. Eles foram o primeiro grupo a adotar o símbolo que se tornaria,
mais tarde, a representação do mal que Hitler espalhou pela terra: a suástica.
O lema da Thule, entretanto, não
era nada esotérico: "Lembra-te de que tu és alemão. Mantenha o teu sangue
puro". Entre eles, a concepção do conceito do arianismo, ou melhor,
ariosofia, já se fazia presente.
Do lado de fora, qualquer um
poderia dizer que a Thule não passava de um grupo de estudos de tradições
germânicas. Porém, a ideologia antisemita já se fazia muito presente entre os
conceitos e assuntos lá debatidos. Eles foram, essencialmente, inspirados pela
lenda dos hiperbóreos, a nascente da raça ariana. A raça ariana teria:
"... uma
origem remota da humanidade e da civilização no Norte, mais especificamente, da
raça branca ou ariana, identificada com o mais puro fluxo de civilização."
Eles seriam a inspiração para os
primeiros membros do partido nazista quando Hitler entrou para o partido, que
teve o nome mudado para NSDAP (sigla em alemão para quando o termo nazista é
incorporado em definitivo ao nome), supostamente o futuro führer teria se
aproximado da Thule com intenções de transformá-la num braço político. Veja
bem, trata-se apenas de uma especulação, pois, ao contrário do que afirmam,
tais associações nunca foram totalmente provadas historicamente falando.
Além de Hitler, há outros
nazistas famosos, como Alfred Rosenberg, conselheiro de Hitler, e Rudolph Ress,
vice-líder do partido nazista e secretário particular de Hitler. O mais
comentado pelas teorias que ligam a Thule ao nazismo, entretanto, é Heinrich
Himmler, chefe das SS e da Gestapo, que, por si só, já teria certa
"tradição esotérica", como podem atestar aqueles que puderam ver o Sol
Negro, nome de um mosaico verde escuro encontrado no Castelo de Wewelsburg,
perto da cidade de Paderborn, na Alemanha. O símbolo teria sido encomendado por
Himmler, de acordo com a tradição de usar runas, como as que compõem o símbolo
das SS. O desenho do Sol Negro, originalmente dourado, contém três suásticas,
ou doze runas Sig invertidas. Tem esse nome porque, de fato, as condições de
luz na sala na qual está o ornamento fazem parecer que ele é da cor negra.
Himmler parecia, inclusive, ter
suas própria ideias esotéricas (ou algo semelhante a isso). Por exemplo, sob
suas ordens soldados alemães tinham de trocar seus nomes cristãos por
teutônicos. Ele também teria financiado uma expedição à Islândia, em busca do
Santo Graal, e, em 1938, uma outra para o Tibete, para que seus cientistas
encontrassem o homem ariano primordial. Entre suas ideias excêntricas está a de
que os soldados deveriam cultivar a confiança uns nos outros já durante seu
treinamento. Como? Simples: eles deveriam ensaboar uns aos outros durante o
banho. Segundo o autor Dusty Sklar, em sua obra Gods and Beasts: lhe Nazis and
the Occult, ele teria retirado essa ideia de Lanz von Liebenfels (1874-1954),
ideólogo racista e um dos precursores do pensamento nazista. De acordo com esse
esdrúxulo pensamento, a intimidade entre os homens tinha "poder tântrico e
mágico".
Outro detalhe importante: cada
membro da Thule, assim como os nazistas e seus cientistas fariam em vários
projetos, anos depois, tinha de provar ter "sangue puro, sem influências
semitas". Um caso registrado aconteceu em 1919: um jovem aristocrata
chamado Anton von Padua Arco auf Valley não foi aceito apenas porque seu avô
materno, apesar de ser um banqueiro, era judeu. Ansioso por mostrar que a Ordem
estava errada, e com vontade de ir à desforra, ele assassinou um político
socialista chamado Kurt Eisner, apenas para mostrar seu suposto valor à Thule.
Lembrando que, embora as atrocidades com judeus sejam hoje as mais divulgadas,
outros grupos, como socialistas, ciganos, empresários, capitalistas, eslavos e
homossexuais, também foram perseguidos pela política nazista.
Declínio
Depois que Hitler proibiu as
ordens iniciáticas, a Thule começou a definhar aos poucos. Hitler passou a
atacá-la quando finalmente chegou ao poder, a ponto de, em 1926, não haver
sinais de atividade do grupo. Para muitos, esse é um detalhe no mínimo
estranho, já que o antissemitismo nazista estava a caminho de uma grande
popularização. Alguns especulam que seus membros preferiram participar de
organismos mais comuns e oficiais, como o próprio partido nazista.
Em 1923, Sebottendorff foi
expulso da Alemanha. Por volta de 1925, a Sociedade Thule foi dissolvida. Em
1933, o barão voltou à Alemanha e publicou um livro que foi quase imediatamente
banido pela polícia bávara em março de 1934. Ele foi preso pela Gestapo,
internado num campo de concentração e expulso do país novamente. Dessa vez, ele
foi para a Turquia, onde cometeu suicídio ao se afogar no Bósforo, em 9 de maio
de 1945, quando os nazistas se renderam aos aliados.
Sobrevivência
A maioria dos pesquisadores de
sociedades secretas confirma que a Thule, embora fascinante, nunca teve
verdadeira influência, como a Maçonaria ou a Rosacruz. Os motivos pelos quais
ela continua sendo estudada são relativos à investigação das verdadeiras influências
do pensamento nazista. Num ponto todos concordam: direta ou indiretamente, a
Thule manteve seu papel influente e, assim, garantiu seu lugar na história.
Um artigo elucidativo no site
Sobrenatural diz:
"Em 1912
era fundada a Sociedade Thule à qual Hitler veio ter conhecimento, mas que
nunca fez parte, adquirindo porém conhecimentos dessa ordem a partir de seu
secretário e lugar-tenente Rudolf Hess (..). Os nazistas inverteram a posição
da suástica, que veio representar o elemento terra - Malchut na Cabala, tendo
assim o valor 666, o número da Besta. Mas em meio a tudo isso existia algo
mais: haviam (sic) seitas tibetanas e sua magia. A 7hule e seus seguidores
foram profundamente influenciados pela magia negra tibetana e tiveram mesmo
contato com os bompos tibetanos de barrete negro na Alemanha. Estes teriam sido
invocados para agir politicamente na Europa através de sua magia tântrica.
"
Com tantos conhecimentos
esotéricos nas mãos, com certeza a sociedade poderia ter tido melhores
resultados. Porém, como a maioria dos assuntos na área esotérica, tudo não
passa de especulação. Se a Thule realmente era aplicada ao esoterismo, ou se
usou isso apenas como fachada para suas ideias racistas, jamais saberemos ao
certo.
Para quem quer se inteirar mais,
basta lembrar que hoje há grupos que se apresentam com o mesmo nome, inclusive
no Brasil, embora estejam mais ligados a estudos de tradição nórdica, como o
druidismo odinista, ou a Asatru. O texto seguinte foi retirado do site do grupo
no Brasil:
A
7hule é uma sociedade iniciática, portanto secreta e fechada, todos que
buscarem nela entrar serão submetidos a testes de aprovação e a apreciação dos
demais membros. A Sociedade Thule (sic) promove a expansão das antigas e
tradicionais religiões europeias, tais como o Druidismo (não wicca), o
Wotanismo, a Asatru, a Vanatru, o Woragsmo e as vertentes atuais chamadas de
Druidismo Odinista (exclusivo para América do Sul e Central) ou Druidismo
Wotanista (exclusivo para América do Norte). A Sociedade 7hule por opção não
terá envolvimento político-ideológico em terras brasileiras, mas manterá sua
tradicional postura pró-nacionalista, visando disseminar a cultura
eurobrasileira, religião, valores e tradições. Onde a verdade esteja sempre
acima de tudo e a luz do mundo real possa despertar as pessoas da escuridão e
assim possam construir um país melhor em todos os sentidos, uma sociedade mais
justa, mais patriótica, mais verdadeira e mais evoluída. Restaurando o orgulho
próprio e de seus antepassados, que derramaram sangue para que todos possamos
existir hoje. "
Se esse grupo será uma espécie de
recomeço, ou se possui laços com seu antepassado histórico, apenas o tempo
poderá responder.
quinta-feira, novembro 07, 2013
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Skull and Bones
Essas são as verdadeiras sociedades secretas, pois suas experiências são estudadas em textos especializados. Não é possível, por exemplo, correr atrás de uma filiação nesses grupos; são eles que vêm até você.
Uma das sociedades secretas mais polêmicas tem sua origem no lugar mais improvável: a Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos. Nesse lugar, encontraremos um edifício, localizado na High Street, em pleno campus da universidade, com acesso restrito. Uma busca oficial indicará que a construção - de um só andar e em estilo arquitetônico greco-egípcio, quase sem aberturas e protegido por uma porta que possui várias fechaduras pesadas - pertence a uma tal de Russell TrustAssociation. A denominação oficial não indica absolutamente nada que possa atrair curiosos de plantão, mas o nome pelo qual esse grupo é conhecido incita as imaginações dos neófitos: Skull and Bones (Caveira e Ossos).
Antes que alguém pense em fazer piadinha com esse nome, é bom deixar claro que não se trata de nenhum grupo adorador de piratas ou coisa semelhante. Caso o leitor não saiba, o símbolo da caveira com ossos cruzados em forma de X nada mais é do que um sinal internacional de perigo. E talvez seja mesmo isso o que esse grupo signifique, posto que poucos acreditam que uma sociedade secreta originada no meio acadêmico possa ter algum tipo de influência no mundo secular.
A jornalista americana Alexandra Robbins, autora do livro Secrets of 7he Tomb (Segredos da Tumba, livro ainda inédito no Brasil), estudou com afinco esse grupo, e afirma, com todas as letras, tratar-se da "sociedade secreta mais poderosa dos Estados Unidos". Se levarmos em conta que pelo menos três presidentes norte-americanos (os dois George Bush e William Taft) foram membros confirmados da dita agremiação, a imaginação começa a correr solta. E isso não é tudo, pois eles também emplacaram ministros, chefes de estado e dirigentes da CIA. Estranho, não?
Na literatura existente sobre sociedades secretas, vários são os grupos acusados de planejarem o domínio do mundo, dentre eles, os mais conhecidos são a Maçonaria e os Illuminati. Entre os menos conhecidos, temos não apenas o Clube Bilderberger mas também a Skull and Bones. A importância do grupo é tanta que, segundo boatos não confirmados na Internet, Dan Brown estaria tentado a mudar o vilão de seu novo livro, o ainda inédito A Chave de Salomão, que originalmente enfocaria a Maçonaria, para a irmandade de Yale.
Porém, afinal, o que eles possuem de tão espetacular e mórbido, além do nome? Se não há confirmações sobre seus verdadeiros objetivos e propósitos, por que dar ouvidos a especulações? A resposta é simples: seus membros são mais dissimulados que os de qualquer outro grupo. Para se ter uma ideia, uma das informações mais divulgadas sobre os bonesmen (homens-osso, como são conhecidos membros e ex-membros) é que, quando estão em qualquer evento, público ou não, e uma pessoa fala abertamente sobre a irmandade, eles são obrigados a se retirar imediatamente da sala onde estão. Ninguém, nem mesmo os jornalistas, obtiveram confirmação de nenhum dos Bush sobre como é, ou quais ainda são, seus laços com esse obscuro grupo.
Origens
Tudo começou em 1832, quando William Huntington Russell, então um estudante de apenas 24 anos, encontrava-se em Yale. Ele havia acabado de retornar de uma temporada de estudos na Alemanha e tinha a cabeça cheia de ideias que gostaria de ver aplicadas em seu país. Ele era descendente de uma família tradicional britânica e não via a hora de entrar para uma famosa irmandade estudantil, a Phi Beta Kappa, considerada até hoje uma das mais antigas e prestigiadas nos Estados Unidos. Porém, como reza a lenda, não foi aceito por ela. Isso deixou o jovem desgostoso a ponto dele decidir unir-se a outro universitário, Alphonso Taft, para fundar o grupo que viria a ser a Skull and Bones.
No começo, o grupo respondia pelo nome de Clube de Eulogia, uma referência indireta ao grande orador grego Demóstenes, e aos estudos clássicos. Depois de um tempo, o símbolo da caveira e dos ossos teve o acréscimo de um misterioso número, que aparece abaixo dos ossos cruzados, o 322. Especula-se até hoje seu real significado, mas, segundo Robbins, isso também teria a ver com a história de Demóstenes: seria o ano em que o orador morreu - 322 a.C.
Segundo o mito, após o falecimento do orador, a deusa grega da eloquência - de nome Eulogia - teria ficado triste e voltado para o convívio das demais entidades, abandonando a terra dos mortais. As pessoas comuns a veriam de novo apenas em 1832, quando a fundação da sociedade secreta ofereceu-lhe um novo refúgio. Não há como saber ao certo se esse é mesmo o verdadeiro sentido da irmandade, pelo menos até o fechamento deste trabalho.
Yale é ainda hoje um local em que predominam os filhos de gente muito abastada. Então, não é de se espantar que os fundadores e seus primeiros membros tenham usado os recursos de suas famílias para conceder ao grupo um lugar de encontro na forma do edifício descri to anteriormente. Os frequentadores o conhecem como "A Tumba", uma espécie de apelido carinhoso.Os encontros acontecem religiosamente todas as quintas e domingos, sem que ninguém tenha conseguido descobrir o teor do que é discutido.
Claro que adeptos de teorias da conspiração aproveitaram o mistério para lançar dúvidas sobre os encontros. A enorme quantidade de teorias encontradas em sites da Internet é para deixar um crédulo certo que eles querem mesmo dominar o mundo, ou o mais cético morto de tanto rir. Uma dessas teorias aponta que "segundo fontes não esclarecidas" (seja lá o que for isso), os membros reúnem-se para falar de si mesmos, como uma espécie de terapia coletiva. Uma outra, que lança mão "das mesmas fontes", afirma que eles participam de jantares caros (o que não é de espantar, visto o nível financeiro dos membros), e que o jogo de louça é constituído por peças de valor histórico, que teriam pertencido a nazistas famosos, entre eles o próprio Adolf Hitler.
Quem não pertence à irmandade é alcunhado não de neófito (um termo mais ligado à área esotérica), mas sim de "bárbaro", a mesma denominação que os antigos romanos davam a quem não pertencia ao mundo greco-romano. Como se isso não bastasse, ainda há histórias que afirmam que os relógios do local estão sempre cinco minutos adiantados, já que os membros estão sempre à frente do resto da humanidade.
Uma história, entretanto, parece ter certo fundamento: a Tumba possui entre seus pertences os ossos do chefe indígena Jerônimo, desenterrados e levados para lá por Prescott Bush, avô de George W. Bush, o que levantou a especulação de que outros cadáveres famosos (embora não se saibam exatamente quais) estariam na sede. Esses troféus macabros estariam numa sala reservada, numa parte em que haveria outro recinto reservado para supostos cultos satânicos.
Como já foi dito, ninguém pede para entrar, mas é escolhido. Todos os anos, por volta do mês de abril, são escolhidos 15 estudantes que cursam o terceiro ano em Yale. Cada membro potencial recebe um discreto tapa nos ombros. Caso aceite juntar-se ao grupo (por incrível que pareça, há relatos de pessoas que recusaram), ele deve comparecer diante da porta da Tumba para sua iniciação.
E por falar em tal "ritual", esqueça tudo o que já foi dito sobre como uma pessoa é iniciada nas outras sociedades secretas: nenhuma parece alcançar o nível teatral dessa. Tudo ocorre em duas noites. Na primeira, o candidato deve contar para todos, em detalhes, suas experiências sexuais mais pervertidas. Na segunda, o assunto fixa-se no relato da vida do candidato. Um detalhe: na primeira noite, o estudante, completamente nu, deita-se num caixão enquanto conta seus casos sexuais. Os membros mais antigos escutam e observam tudo ao lado. A ideia é que cada pessoa conte seu pecado mais comprometedor, para que os demais, que compartilharão do segredo, tornem-se seus cúmplices. Assim, os laços de amizade entre os membros se estreitam, por terem algo em comum.
Depois dessas duas noites, cada novo membro recebe o que será seu nome de trabalho, um pseudônimo que será utilizado durante os encontros do grupo. Cada novato passará um ano prestando serviços para a irmandade, como aconteceu com Bush pai, em 1948, e Bush filho, em 1968.
Segundo artigo publicado na revista L'Express, às vezes membros influentes do governo ou do mundo das finanças aparecem na Tumba para discutir dossiês confidenciais. Encontram-se para jantar nos dias já citados anteriormente, e o fazem com classe. Dinheiro para isso os membros possuem, já que, como foi descoberto recentemente, a sociedade tem muita renda. Em 2004, para se ter uma ideia, eles declararam para o governo nada menos do que US$ 3,02 milhões.
Os membros também são proprietários de uma ilha particular, localizada na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá, chamada Deer Island (Ilha do Cervo), doada por um dos integrantes. E como se isso não fosse o suficiente para deixar qualquer um impressionado, ainda há relatos de que cada novo membro recebe uma quantia considerável em dinheiro (embora ninguém saiba dizer o montante exato) para gastar como e com o que quiser.
Ramificações
Robbins afirma em seu livro:
Uma das sociedades secretas mais polêmicas tem sua origem no lugar mais improvável: a Universidade de Yale, em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos. Nesse lugar, encontraremos um edifício, localizado na High Street, em pleno campus da universidade, com acesso restrito. Uma busca oficial indicará que a construção - de um só andar e em estilo arquitetônico greco-egípcio, quase sem aberturas e protegido por uma porta que possui várias fechaduras pesadas - pertence a uma tal de Russell TrustAssociation. A denominação oficial não indica absolutamente nada que possa atrair curiosos de plantão, mas o nome pelo qual esse grupo é conhecido incita as imaginações dos neófitos: Skull and Bones (Caveira e Ossos).
Antes que alguém pense em fazer piadinha com esse nome, é bom deixar claro que não se trata de nenhum grupo adorador de piratas ou coisa semelhante. Caso o leitor não saiba, o símbolo da caveira com ossos cruzados em forma de X nada mais é do que um sinal internacional de perigo. E talvez seja mesmo isso o que esse grupo signifique, posto que poucos acreditam que uma sociedade secreta originada no meio acadêmico possa ter algum tipo de influência no mundo secular.
A jornalista americana Alexandra Robbins, autora do livro Secrets of 7he Tomb (Segredos da Tumba, livro ainda inédito no Brasil), estudou com afinco esse grupo, e afirma, com todas as letras, tratar-se da "sociedade secreta mais poderosa dos Estados Unidos". Se levarmos em conta que pelo menos três presidentes norte-americanos (os dois George Bush e William Taft) foram membros confirmados da dita agremiação, a imaginação começa a correr solta. E isso não é tudo, pois eles também emplacaram ministros, chefes de estado e dirigentes da CIA. Estranho, não?
Na literatura existente sobre sociedades secretas, vários são os grupos acusados de planejarem o domínio do mundo, dentre eles, os mais conhecidos são a Maçonaria e os Illuminati. Entre os menos conhecidos, temos não apenas o Clube Bilderberger mas também a Skull and Bones. A importância do grupo é tanta que, segundo boatos não confirmados na Internet, Dan Brown estaria tentado a mudar o vilão de seu novo livro, o ainda inédito A Chave de Salomão, que originalmente enfocaria a Maçonaria, para a irmandade de Yale.
Porém, afinal, o que eles possuem de tão espetacular e mórbido, além do nome? Se não há confirmações sobre seus verdadeiros objetivos e propósitos, por que dar ouvidos a especulações? A resposta é simples: seus membros são mais dissimulados que os de qualquer outro grupo. Para se ter uma ideia, uma das informações mais divulgadas sobre os bonesmen (homens-osso, como são conhecidos membros e ex-membros) é que, quando estão em qualquer evento, público ou não, e uma pessoa fala abertamente sobre a irmandade, eles são obrigados a se retirar imediatamente da sala onde estão. Ninguém, nem mesmo os jornalistas, obtiveram confirmação de nenhum dos Bush sobre como é, ou quais ainda são, seus laços com esse obscuro grupo.
Origens
Tudo começou em 1832, quando William Huntington Russell, então um estudante de apenas 24 anos, encontrava-se em Yale. Ele havia acabado de retornar de uma temporada de estudos na Alemanha e tinha a cabeça cheia de ideias que gostaria de ver aplicadas em seu país. Ele era descendente de uma família tradicional britânica e não via a hora de entrar para uma famosa irmandade estudantil, a Phi Beta Kappa, considerada até hoje uma das mais antigas e prestigiadas nos Estados Unidos. Porém, como reza a lenda, não foi aceito por ela. Isso deixou o jovem desgostoso a ponto dele decidir unir-se a outro universitário, Alphonso Taft, para fundar o grupo que viria a ser a Skull and Bones.
No começo, o grupo respondia pelo nome de Clube de Eulogia, uma referência indireta ao grande orador grego Demóstenes, e aos estudos clássicos. Depois de um tempo, o símbolo da caveira e dos ossos teve o acréscimo de um misterioso número, que aparece abaixo dos ossos cruzados, o 322. Especula-se até hoje seu real significado, mas, segundo Robbins, isso também teria a ver com a história de Demóstenes: seria o ano em que o orador morreu - 322 a.C.
Segundo o mito, após o falecimento do orador, a deusa grega da eloquência - de nome Eulogia - teria ficado triste e voltado para o convívio das demais entidades, abandonando a terra dos mortais. As pessoas comuns a veriam de novo apenas em 1832, quando a fundação da sociedade secreta ofereceu-lhe um novo refúgio. Não há como saber ao certo se esse é mesmo o verdadeiro sentido da irmandade, pelo menos até o fechamento deste trabalho.
Yale é ainda hoje um local em que predominam os filhos de gente muito abastada. Então, não é de se espantar que os fundadores e seus primeiros membros tenham usado os recursos de suas famílias para conceder ao grupo um lugar de encontro na forma do edifício descri to anteriormente. Os frequentadores o conhecem como "A Tumba", uma espécie de apelido carinhoso.Os encontros acontecem religiosamente todas as quintas e domingos, sem que ninguém tenha conseguido descobrir o teor do que é discutido.
Claro que adeptos de teorias da conspiração aproveitaram o mistério para lançar dúvidas sobre os encontros. A enorme quantidade de teorias encontradas em sites da Internet é para deixar um crédulo certo que eles querem mesmo dominar o mundo, ou o mais cético morto de tanto rir. Uma dessas teorias aponta que "segundo fontes não esclarecidas" (seja lá o que for isso), os membros reúnem-se para falar de si mesmos, como uma espécie de terapia coletiva. Uma outra, que lança mão "das mesmas fontes", afirma que eles participam de jantares caros (o que não é de espantar, visto o nível financeiro dos membros), e que o jogo de louça é constituído por peças de valor histórico, que teriam pertencido a nazistas famosos, entre eles o próprio Adolf Hitler.
Quem não pertence à irmandade é alcunhado não de neófito (um termo mais ligado à área esotérica), mas sim de "bárbaro", a mesma denominação que os antigos romanos davam a quem não pertencia ao mundo greco-romano. Como se isso não bastasse, ainda há histórias que afirmam que os relógios do local estão sempre cinco minutos adiantados, já que os membros estão sempre à frente do resto da humanidade.
Uma história, entretanto, parece ter certo fundamento: a Tumba possui entre seus pertences os ossos do chefe indígena Jerônimo, desenterrados e levados para lá por Prescott Bush, avô de George W. Bush, o que levantou a especulação de que outros cadáveres famosos (embora não se saibam exatamente quais) estariam na sede. Esses troféus macabros estariam numa sala reservada, numa parte em que haveria outro recinto reservado para supostos cultos satânicos.
Como já foi dito, ninguém pede para entrar, mas é escolhido. Todos os anos, por volta do mês de abril, são escolhidos 15 estudantes que cursam o terceiro ano em Yale. Cada membro potencial recebe um discreto tapa nos ombros. Caso aceite juntar-se ao grupo (por incrível que pareça, há relatos de pessoas que recusaram), ele deve comparecer diante da porta da Tumba para sua iniciação.
E por falar em tal "ritual", esqueça tudo o que já foi dito sobre como uma pessoa é iniciada nas outras sociedades secretas: nenhuma parece alcançar o nível teatral dessa. Tudo ocorre em duas noites. Na primeira, o candidato deve contar para todos, em detalhes, suas experiências sexuais mais pervertidas. Na segunda, o assunto fixa-se no relato da vida do candidato. Um detalhe: na primeira noite, o estudante, completamente nu, deita-se num caixão enquanto conta seus casos sexuais. Os membros mais antigos escutam e observam tudo ao lado. A ideia é que cada pessoa conte seu pecado mais comprometedor, para que os demais, que compartilharão do segredo, tornem-se seus cúmplices. Assim, os laços de amizade entre os membros se estreitam, por terem algo em comum.
Depois dessas duas noites, cada novo membro recebe o que será seu nome de trabalho, um pseudônimo que será utilizado durante os encontros do grupo. Cada novato passará um ano prestando serviços para a irmandade, como aconteceu com Bush pai, em 1948, e Bush filho, em 1968.
Segundo artigo publicado na revista L'Express, às vezes membros influentes do governo ou do mundo das finanças aparecem na Tumba para discutir dossiês confidenciais. Encontram-se para jantar nos dias já citados anteriormente, e o fazem com classe. Dinheiro para isso os membros possuem, já que, como foi descoberto recentemente, a sociedade tem muita renda. Em 2004, para se ter uma ideia, eles declararam para o governo nada menos do que US$ 3,02 milhões.
Os membros também são proprietários de uma ilha particular, localizada na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá, chamada Deer Island (Ilha do Cervo), doada por um dos integrantes. E como se isso não fosse o suficiente para deixar qualquer um impressionado, ainda há relatos de que cada novo membro recebe uma quantia considerável em dinheiro (embora ninguém saiba dizer o montante exato) para gastar como e com o que quiser.
Ramificações
Robbins afirma em seu livro:
`A única razão da existência dessa sociedade é a de colocar seus membros em postos de influência."
O que parece ser um objetivo atingido com sucesso. Além dos presidentes, já foram identificados pelo menos dois juízes da Suprema Corte, um chefe da CIA, além de vários senadores, empresários e até mesmo atores. Sabe-se que os homens que elaboraram a política externa dos Estados Unidos antes e depois da II Guerra Mundial, pelo menos até a administração de John F. Kennedy, eram todos bonesmen.
Eles estão por toda parte? Com certeza, como pode ser verificado a partir dos nomes de alguns agentes da CIA e de filhos de grandes fortunas norte-americanas que fizeram parte da Skull and Bones, entre eles Phelps, Rockefeller, Taft, Harriman e Whitney. A presença dessa sociedade secreta no dia-a-dia norte-americano tornou-se mais destacada quando houve a campanha presidencial de 2004, na qual os dois candidatos, George W. Bush e John Kerry, foram membros desse grupo. Somente no gabinete de Bush havia 11 bonesmen reconhecidos.
Em trecho de artigo originalmente publicado no site Duplipensar, temos a seguinte definição da Skull and Bones:
A Skull and Bones é um bastião da elite norte-americana, reduto da tradição cultural e política da fração protestante branca e anglo-saxã (a velha identificação conhecida formalmente nos EUA como WASP - White Anglo-Saxon and Protestant). Sua reputação é muito mais significativa que das demais agremiações secretas que funcionam em Yale (Scroll er Key, Book er Snake, Wolf's Head, Eliahu e Berzelius), todas, contudo, seletas ordens elitistas que recrutam para os seus quadros os indivíduos mais promissores da universidade. Em termos competitivos, provavelmente, a única entidade de Yale capaz de impor uma concorrência à Skull and Bones é a Scroll er Key, e, em termos atuais, ambas possuem, respectivamente, identificações predominantes ao Partido Republicano e ao Partido Democrata, reproduzindo a polarização entre conservadores e liberais. Harvard e Princeton, que formam juntamente com Yale o grupo de elite das instituições superiores dos EUA, também possuem suas influentes ordens secretas, contudo, nenhuma delas possui tamanha atuação efetiva pelos subterrâneos e superfície da política norte-americana. "
Atualidade
Muito já se disse a respeito da atuação da Skull and Bones na atualidade. Como todos sabem, a disputa entre George W. Bush e John Kerry obteve um resultado oficial que indicava a derrota de Bush, resultado esse que foi modificado de maneira pouco convincente, levando muitos a especular que a dita sociedade secreta teria, literalmente, "mexido os pauzinhos" para colocar na presidência o homem que ela realmente acreditava que seria um presidente melhor. Kerry, por pertencer também à Ordem, simplesmente calou a boca e engoliu a decisão de seus supostos superiores.
Mas isso não é tudo. Quando Nixon caiu e a presidência foi assumida por Gerald Ford, em 1974, especula-se que os bonesmen passaram a preparar o retorno do presidente deposto. Vejamos mais um trecho do já citado artigo:
"Kissinger e seus aliados começaram a perder espaço. jalnes Schlesinger foi substituído por Donald Rumsfeld como Secretário de Defesa e William Colby, diretor da CIA, perdeu seu cargo para George Bush. Os bonesmen estavam mesmo tentando recompor suas tradicionais posições na Casa Branca, mas a eleição de jimmy Carter, em 1976, impôs uma frustrante interrupção em seus planos. O retorno teve que esperar e ser procedido deforma lenta e gradual. Bush retornou às raias do governo como suplente presidencial do canastrão Ronald Reagan entre 1980 e 1984 e então articulou sua própria ascensão ao cargo de maior importância política do mundo. Juntamente com ele, a Skull and Bones retornou à Casa Branca de maneira tão confortável quanto nos tempos de Stimson. "
Esse jogo de poder durou por pelo menos algumas décadas, e envolve-se até a raiz na política norte-americana, o que já foge um pouco à proposta deste livro. Basta dizer que nomes como o de Bill Clinton seriam uma espécie de pedra no sapato da sociedade secreta, que só voltaria a ter pleno poder quando George W. Bush tornou-se presidente.
terça-feira, novembro 05, 2013
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